segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Capas personalizadas de DVDs – parte 2


Nesse tutorial, vou ensinar como fiz a capa de um DVD que criei (para uso pessoal, não comercial) da banda Kings of Convenience (clique abaixo para ver a capa maior).

Quem são os Kings of Convenience? Descubra aqui.

 
Duas coisas que você precisa ter em mãos (melhor dizendo, precisa ter no PC) para fazer as capas, além dos programas necessários, são um bom pacote de fontes, e um bom pacote de texturas. Você encontra tanto um quanto o outro na internet de diversas maneiras, em boas opções gratuitas. Ainda sobre as fontes, uma busca rápida no google vai ensinar como salvar as fontes no PC, algo que deve ser feito antes de usá-las.

Enfim, você pode pensar num layout funcional para a sua capa de duas formas: uma, é criar um visual a partir da fonte que você achar mais bacana. Por exemplo: se você cismou que quer fazer uma capa com uma fonte de estilo meio "clássico", você pode usar texturas mais clássicas (como fundos tipo madeira, palha, mármore, etc.), bordas clássicas, e tudo o mais para combinar com a fonte.

Ou você pode escolher a textura e ir testando as fontes em seguida, para ver qual combina melhor. Foi essa a alternativa que eu fiz, mas é uma saída mais preguiçosa, e pode te levar a resultados finais meio estranhos. No fim, acabei ficando satisfeito, e como as capas que criei não tem pretensões comerciais (mesmo tendo atraído o interesse de algumas pessoas que mostrei), então não me preocupei com a coerência total do visual dessas capas.

Preciso dizer que eu nunca fiz cursos profissionais de desenho ou mesmo de design. Sou autodidata nessa área, e minha escola é quase sempre a internet mesmo. Trabalho intuitivamente, tentando relativizar os resultados visuais com minha bagagem teórica de outras áreas. Acho que isso torna a aventura de criação de capas um tanto quanto interessante; é como pular de para-quedas sem a proteção necessária (mas sem o risco de se estatelar no chão, afinal, fazer uma capa de DVD é algo aparentemente inofensivo). Não é um caminho confiável, e vários erros acabam aparecendo, mas isso tudo depende do que você quer alcançar nos resultados do seu trabalho.

Usando o acaso a seu favor

Quando fui fazer a capa do Kings of Convenience, por exemplo, eu tinha idéias pré-concebidas do que queria fazer. Nada muito definido, mas havia pensado em algumas coisas. Entretanto, ao procurar as imagens para a capa, me deparei com dois desenhos tão bons, que eles acabaram mudando todos os meus planos. Foram feitos por fãs aparentemente "anônimos", mas muito talentosos. E ambos tem uma tonalidade meio marrom, meio amadeirada. Como gostei deles, acabei criando a capa baseada nessa tonalidade de cor.


Chequei um pacote de texturas que tenho no PC, e achei duas texturas de fundo que acabei usando, ambas marrons. Na parte frontal, como o tom marrom de ambas era semelhante, fiz uma borda branca para dar a diferença. Percebam que a textura usada na parte da frente é de um marrom mais escuro que o da parte traseira da capa.


Atrás, usei essa textura de marrom claro, que me permitiu não só usar o desenho dos violões abaixo sem precisar de bordas, mas também usar uma cor marrom escura para o nome das músicas. Se fosse uma textura escura demais, não ficaria legal usar fontes marrons ou pretas (talvez eu teria que usar fontes brancas). Como não usei as bordas brancas no desenho, aproveitei para usá-las na foto dos dois integrantes do Kings.

Sobre o desenho, devo mencionar alguns recursos bem legais que utilizei: primeiramente, ele é originalmente bem maior, como vocês podem ver logo abaixo:


Para caber bem na contracapa, eu o recortei, deixando os dois violões em destaque, saindo da moldura do desenho. Além de se integrar ao espaço disponível, isso evidenciou o belo recurso que o desenhista usou na cabeça do violão, desenhando duas coroas (uma alusão ao nome da banda).

Para preservar o estilo do desenho evitei ao máximo ter que "redesenhar" em cima do trabalho original. Então recortei a borda superior do desenho, e a coloquei mais abaixo, onde recortei o desenho. Apaguei alguns pedaços dela, onde os violões "saem" do quadro, e como não teve jeito, redesenhei as bordas (para anular o aspecto "recortado" em que elas estavam).



Em seguida, fiz um sombreado abaixo do desenho, que sugere idéia de profundidade. Usei esse mesmo recurso no título frontal da capa, mas por motivos diferentes: a fonte que usei deixava o nome da banda muito confuso. Por isso, o sombreamento tinha como intenção reforçar as letras. Também com essa intenção eu fiz um sombreado com cores brancas dentro das letras do título.

Esses excessivos recursos que usei no título da capa foram uma verdadeira gambiarra, que se deveu ao fato de eu ter simpatizado com essa fonte. Queria usá-la de qualquer jeito, mesmo achando que ela parecia muito confusa. Na minha teimosia, utilizei então desses artifícios, e só vim a perceber esse equívoco depois que imprimi a capa.

Por preguiça, não a refiz, e deixei assim. Como é uma capa de uso pessoal, acabei não sendo tão perfeccionista. Mas é sempre válido nessas situações imprimir versões de teste e ver como sua arte fica no papel. A impressão é sempre transformadora, e te mostra detalhes que o monitor esconde. Principalmente sobre as cores, que podem parecer de um jeito no computador, mas no papel ficam mais claras ou mais escuras (esse problema das cores aconteceu na capa que fiz para o Fleetwood Mac, da qual vou comentar a respeito em outro post).